Maratona,
Resenhando: O Rei do Inverno - Crônicas de Artur. Volume I
Esse foi o terceiro livro da maratona que eu li. Bom, a maratona já terminou e agora só me resta ficar em dia com as resenhas. O que eu posso adiantar para vocês é que eu não consegui ler o quinto livro a tempo. O motivo? Acho que escolhi livros extremamente grossos hahaha os dois últimos eu tive que trocar. Mas, outra hora eu falo isso. Esse livro que irei resenhar hoje é o meu xodó de Bernard Cornwell. Foi o primeiro livro que li do autor e virei fã. Para essa resenha eu tive que reler o livro. Só digo uma coisa... Tenha os três livros antes de começar a ler. Vá por mim, você vai se roer de ansiedade pelo próximo.
Sinopse
O Rei do Inverno conta a mais fiel história de Artur, sem os exageros míticos de outras publicações. A partir de fatos, este romance genial retrata o maior de todos os heróis como um poderoso guerreiro britânico, que luta contra os saxões para manter unida a Britânia, no século V, após a saída dos romanos. "O livro traz religião, política, traição, tudo o que mais me interessa," explica Cornwell, que usa a voz ficcional do soldado raso Derfel para ilustrar a vida de Artur. O valoroso soldado cresce dentro do exército do rei e dentro da narrativa de Corwell até se tornar o melhor amigo e conselheiro de Artur na paz e na guerra.
{Resenha}
"Estas são as histórias de Artur, o Senhor das Guerras, o Rei que Nunca Existiu, o Inimigo de Deus e - que o Cristo vivo e o bispo Sansum me perdoem - o melhor homem que conheci. Como chorei por Artur!"
Igraine, rainha da Inglaterra - antiga Britânia -, tem fascínio pelas histórias de Artur. E por intermédio das memórias do irmão Derfel, sua curiosidade começa a ser saciada. Derfel, antigo pagão, conselheiro e estimado amigo de Artur começa a narrativa de quando a antiga Britânia sofria pelo ataque sucessivo dos saxões, quando os Deuses estavam sendo enfraquecidos e o cristianismo estava sendo enraizado na Dumnônia. Quando o mais poderoso de todos os druidas, Merlin, desapareceu, um nascimento aconteceu e uma lenda surgiu.
Mordred nascera com dificuldade. O Deus dos cristãos não conseguiu fazer com que o menino nascesse, fora necessária a intervenção dos Deuses pagãos. O menino, nascera com o pé torto, e isso só poderia indicar mal presságio. Seu destino era ser rei, assim desejava seu avô Uther - o rei atual -, porém, não seria fácil manter um trono para uma criança aleijada. Um conselho foi formado onde ocorreria a nomeação de protetores para a criança. Dentre os protetores estaria Artur - filho bastardo de Uther.
"O chifre soou uma terceira vez, e de repente eu soube que iria viver, e estava chorando de alegria e todos os nossos lanceiros estavam meio chorando e gritando e a terra estremecia com os cacos dos cavalos daqueles homens que pareciam Deuses, que vinham nos resgatar. Porque Artur, finalmente, tinha chegado".
Por um tempo Mordred passa a viver no Tor. Local pagão onde vivia Merlin, Morgana, Derfel e Nimue - que havia recebido o ensinamento de Merlin, antes de seu desaparecimento. Com o reino em uma falsa paz a morte de Uther faz tudo desmoronar. Uma traição é arquitetada e o trono da Dumnônia é o prêmio principal. E a primeira traição foi somente o estopim para todo o sangue que iria ser derramado durante anos.
{O que achei}
Bom, posso dizer que nessa pequena parte eu não me adentro em nada sobre a história. O livro tem 544 páginas e é dividido em cinco partes. Os capítulos são bem longos. E logo no início nos é apresentado um mapa e depois o nome de cada personagem é citado, e ao lado quem seria essa pessoa na história. Na primeira vez que li o livro eu havia lido uma resenha antes - já que eu nunca tinha ouvido falar nem do autor - e a resenha dizia para só começar a ler o livro depois de ter os outros dois. Eu, só tinha o primeiro, não dei bola. Li O Rei do Inverno e fiquei louca querendo os outros. Então, conselho bom a gente repassa :D
A história toda é narrada por Derfel. E é através dele que enxergamos como era a antiga Britânia. Ficamos a par da religião pagã, de seus druidas, magias e superstições. Durante a leitura vocês vão ler muito "cuspiu para afastar o mal". Além do paganismo o livro também retrata o cristianismo. O choque entre as duas religiões, crenças é narrada durante todo o livro.
Artur só irá aparecer depois que muita coisa acontece. Nas memórias de Derfel ele é descrito como um homem que faria com que você se sentisse a melhor pessoa de todas, a mais importante. Era um homem ambicioso, mas que almejava sobretudo a paz. Um idealista, que vencia todas as suas batalhas. Era temido pelos seus inimigos, invejado por uns e exaltado por outros. Era um homem que parecia não ter nenhuma fraqueza. Até que uma paixão o consome por dentro, Guinevere. E tão avassalador quanto esse amor, são as guerras travadas por uma decisão de Artur. A paz havia escapado de suas mãos.
"Ele não era ciumento. - Não como o resto de nós. Não como Artur, não como eu. Quanto de nossa terra foi molhado de sangue por conta do ciúme! E no fim da vida, o que isso importa? Envelhecemos e os jovens nos olham e não conseguem ver que um dia fizemos o reino ressoar de tanto amor".
Posso dizer que me apeguei muito a Artur. Sempre ficava com o coração na mão quando ele estava sofrendo. Não tem jeito. Você, enquanto estiver lendo, vai querer entrar na história, destruir os saxões e decretar a paz, só para que Artur fique feliz. Sério. Gostei muito de Derfel, iremos acompanhá-lo desde pequenino até um completo guerreiro. Iremos nos solidarizar com a sua má sorte no amor. Nimue, não falei muito dela, mas é praticamente a minha personagem favorita. Ela acredita, assim como Merlin, que os Deuses irão voltar para a Britânia. Que eles haviam abandonado a todos por não serem merecedores. Ela é a que mais pragueja, cospe - para afastar o mal -, tem sede de sangue, não tem medo de nada. Tem Lancelot, que foi mostrado neste livro não como um herói, e sim, como um enganador. Não irei falar muito sobre ele. E Guinevere como uma mulher que ambiciava o posto de rainha. Em seu mundo, só deveria existir o que fosse belo.
As lutas são detalhadas e bem estruturadas. Várias paredes de escudo são formadas. Estratégias são desenvolvidas com muito cuidado. Alianças são feitas, outras são quebradas. E o reino do rei que nunca existiu se consome em guerra.