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Resenhando: Sereia Negra

07:47 Unknown 16 Comments

Olá, pessoal :D Hoje eu estarei resenhando o primeiro livro de parceria com a Editora Selo Jovem! Antes da parceria eu ficava namorando o livro Sereia Negra, e eu já sabia o que pedir quando consegui a parceria. A capa é incrivelmente bonita, mesmo sendo simples. E a premissa da história é muito boa! Vamos lá?


Sinopse: 
“Um peixe fora d’ água” – foi exatamente assim como Inês se sentiu a vida toda. No seu aniversário de quinze anos, Inês têm todos os seus sentimentos de revolta aflorados de forma aplacável; seu pai a abandonou assim que ela nasceu, sua mãe morreu no parto, ela nunca teve amigos, nem nunca se sentiu atraente o suficiente para os meninos com quem tivera contato. É então que Inês decide que sua vida deve ter uma mudança radical. Mal saberia ela que essa mudança estava mais próxima do que ela imaginava...


Numa tempestade repentina e sobrenatural, Inês é tragada pelos mares – tragada pelo seu mundo. Inês é uma sereia. E mais do que isso, ela é uma lenda viva – um ser aguardado por todas as sereias e tritões de Atlanta, um dos vários reinos que existem abaixo do mar sem o conhecimento dos humanos, como a grande salvadora deles. Inês é a Sereia Negra, a única sereia de cor negra de toda a história!

Mesclado de fantasia e magia, lendas gregas e brasileiras, somado a um retrato da nossa realidade social, Sereia Negra promete te mostrar uma nova visão não só desses seres fantásticos, mas de questões da vida que vão além da fantasia.


{Resenha}

Inês está completando quinze anos, porém ela não sente nenhuma vontade de comemorar. Para ela este tipo de evento deveria ser compartilhado com familiares e amigos, coisa que ela não tem. A única pessoa presente em sua vida é o seu avô, Anil. Um velho rabugento e que não deixava nenhuma data comemorativa passar em branco. Inês se sentia deslocada do mundo, e ela atribuía este fato a morte de sua mãe e o desaparecimento de seu pai no mundo. Não fosse por isso a falta de amigos era devido ao fato dela ser negra, e Inês sofria bastante preconceito em seu colégio.

Pensativa sobre como deveria conduzir a sua vida, Inês se depara com o aquário em seu quarto, presente de seus pais, que ela odiava, e decide então, pelo menos, ter o controle do que poderia ficar ou não em seu quarto. Ela pega o aquário com os dois peixinhos dourados e sai de casa - eles moravam na praia - a fim de jogá-los no mar.
"Preciso me libertar em algo.
E eu irei. Irei me libertar do aquário ridículo que meu pai e minha mãe me compraram quando eu ainda era um feto que fingiam amar. Como poderiam saber que eu gostaria do mar?"
Ela não esperava que sue avô a seguisse para a praia, e em uma conversa onde Inês transborda toda a sua raiva em palavras, onde Inês relembra todo o sofrimento por ser excluída por conta de sua cor de pele, seu status social, e por ser órfã, o pequeno aquário se quebra e os peixinhos param de se mexer. Poderia parecer uma briga normal, se depois disto uma enorme tempestade não começasse a surgir do nada. Trovões cortavam o céu e ondas enormes surgiam. A única coisa que Inês pensa em fazer é salvar o seu avô. Até que uma onda a leva para o fundo do mar.
"A cor da minha alma? Não sei. Deve ser preta e arredia; como sinto que meu interior é.Também, como poderia ser diferente? Nunca tive ninguém para acrescentar cor à minha alma".

{O que achei} 

Posso começar dizendo que o autor abordou temas que eu não imaginava. Uma das coisas que eu não imaginava que ele iria abordar seria o preconceito. Acho que não imaginei que pudesse ser abordado, mesmo sendo Inês negra, pois eu não me lembro de ter sofrido preconceito na minha vida. E eu achei bacana ler este livro, pois só porque nós não vivenciamos isso quer dizer que ele não exista! E Inês sofreu muito preconceito, e eu pude senti-lo em apenas algumas palavras. Elas ferem, machucam e isolam a pessoa do mundo.
Algo que gostei sobre o mundo de Atlanta criado pelo autor foi sobre os princípios deles. E o maior de todos era o amor! Todo tipo de amor era válido. O simples ato de amar era grandioso, enchia a alma e podia fazer milagres. 
O autor teve muita criatividade na criação da lenda de Atlanta e sobre uns seres em particular - não irei falar para não dar spoiler. 
Outro ponto positivo que encontrei no livro foi a mudança de Inês. Ela mesma, por conta de tanto preconceito que sofria, não se aceitava. Não imaginava que pudesse ser alguém, que pudesse ser amada, e ser feliz. Aos poucos ela vai entendendo que cada um é belo à sua maneira, que muito tipo de preconceito está associado com a inveja, e pelo simples prazer de tentar diminuir a pessoa. E eu concordo com isso. A cor da pele, não exalta e nem diminui ninguém.
A única coisa que senti falta foi de um lado místico na história, pois em algumas acontecimentos, o modo de agir e de falar de alguns personagens parecia exatamente igual ao que vemos aqui na superfície. Só foi isso senti falta.
Tirando isso, eu recomendo o livro. Acho que vale a pena ler algo que aborde tantas críticas sociais e ao mesmo tempo nos leve para um mundo novo.

Espero que tenham gostado :D


Olha só que legal!