Cedido para Resenha,

Resenhando: As Crônicas de Pindorama - Piná e o Despertar da Escuridão

12:58 Unknown 23 Comments



Olá, pessoal :D

Hoje estou trazendo para vocês uma resenha bem especial. O livro é As Crônicas de Pindorama - Piná e o Despertar da Escuridão. E por que ele é especial? Ele é um livro de autoria nacional, de Rafael Montenegro da PB e o seu conteúdo é de Literatura Fantástica envolvendo a mitologia indígena brasileira. É incrível pensar que podemos conhecer tão bem os deuses de outros países, outras culturas, mas temos uma carência enorme de literatura contemporânea envolvendo a nossa cultura, que é riquíssima e, minha nossa, tão boa quanto a de outros países. Para entendermos melhor:
Pindorama é o nome que os índios davam para o Brasil, que significa Terra das Palmeiras.


Annabel acordou assustada e tremendo. Por dois segundos teve paz para organizar seus pensamentos, mas esses segundos não foram suficientes. Embora sua mente lutasse para afirmar que tudo não passara de um sonho, as mãos do atacante misterioso apertando-se em volta do seu pescoço diziam o contrário. Tudo aquilo era bem real.
Lutou e lutou sem obter qualquer êxito, até que finalmente ouviu a assombrosa voz do seu agressor que cortou-lhe a alma como uma afiada lâmina: "Piná, eu sei quem você é". Então, tal como misteriosamente começara, o ataque cessou. Ela levou as mãos a garganta, puxando o ar como uma louca, pensando nas palavras que ouvira.
Não tinha a menor ideia do que significavam, mas estava disposta a descobrir. Annabel parte assim em uma grande jornada, onde irá descobrir quem é de verdade, e se está realmente preparada para enfrentar o grande mal que paira sobre as terras de Pindorama, a fantástica terra das palmeiras, também conhecida como Brasil.

O livro conta a história de Annabel, uma menina portuguesa, que vem morar no Brasil no ano de 1590, bem na época do Brasil Colônia. Ela tem 12 anos e está indo morar em Filipeia - capitania da Paraíba. Iria ser a maior aventura de sua vida. Ela embarca nessa viagem junto com o seu pai, sua mãe e seu irmãozinho, Alfonso. Logo na primeira noite no Brasil, Annabel tem um sonho estranho, enigmático e que a deixou morrendo de medo. Ela não sabia o motivo de ter aquele sonho e não tinha ideia de como ela conseguia entender a estranha língua do ser que apareceu diante dela. (Tudo tem uma explicação).

Depois do susto Annabel tenta seguir a sua vida tentando se adaptar ao novo país, e nisso ela conhece um menino indígena chamado Taci, ele é um menino órfão que tem um macaco pequenininho como seu amigo, chamado de Guaçu-Guaçu - na língua Tupí (Grande-Grande). Eles terminam se tornando amigos e Annabel finalmente começa a aproveitar a nossa terra. Mesmo tentando se adaptar, Annabel ainda tinha os seus sonhos misteriosos e visões e experiências extracorpóreas. A sua ida para Pindorama desencadeou uma série de acontecimentos que estavam previstos muito antes de sua chegada para este mundo. 



Conheci Rafa na Bienal de Pernambuco de 2015, que ocorreu do dia 02 até 12 de Outubro. Foi uma experiência bem bacana. Dividimos um estande de autores nacionais independentes e ele terminou me presenteando com o seu livro. Não sabia como era a escrita dele, mas a história chamou minha atenção, já que é um tipo de assunto que não vemos sendo abordado com tanta frequência. 

" - Como... - Ela gaguejou ao falar. - Como você conseguiu fazer isso?
- Jamé, senhora. Mistério. Magia".

Algo que gostei, em relação a escrita, é que ele escreve muito bem hahaha Seu texto é fluído e não é cansativo, a sua pesquisa para esse livro é completamente evidente, pois vemos a utilização do modo de falar mais rebuscado - não é que nem os clássicos, o autor soube criar um balanço para a literatura contemporânea - ainda é possível observar os detalhes característicos da época, tanto de vestimentas, quanto de objetos utilizados. Algumas vezes o autor colocou notas no rodapé para uma explicação melhor, principalmente sobre medidas utilizadas. O que gostei também foi da citação de algumas lendas Tupi-Guarani e fatos históricos que ocorreram no Brasil desta época.

Os Deuses, divindades são muito bem utilizados. Eles não são citados apenas uma vez no início e depois esquecidos durante a narrativa. Eles estão em todo lugar da história, seja por suas aparições ou seja pela fala de algum personagem, sonhos. E isso é o que torna o livro mais palpável. Somos inseridos neste universo que está vivo por entre as páginas. Somos levados a conhecer mais de perto os nossos Deuses como: Iara, Tupã, Curupira, Nhandevuruçu, Anhangá. 
Os personagens secundários são cativantes e o autor soube evidenciar suas personalidades e até mesmo a transição de personalidade de alguns deles. O que nos mostra que em determinadas situações o lado mais sombrio termina transparecendo. O Brasil dos índios termina se revelando em um universo fantástico cheio de Deuses, magia, aventuras, surpresas. Uma aventura de tirar o fôlego em pleno território nacional.

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Olha só que legal!