Cartas de Amor aos Mortos,

Resenhando: Cartas de Amor aos Mortos

17:29 Unknown 12 Comments


Olá pessoal, tudo bom? Este livro foi a minha última aquisição e passei ele na frente de tantos outros livros que eu tenho que ler >.< 
Posso dizer que eu namorava esse livro pela capa. Eu via no Instagram várias e várias fotos lindas dele. O que me chama atenção na capa é esse degradê de cores no céu. Saindo do crepúsculo até o aparecimento das estrelas e finalmente, a noite. A Escuridão. 
Quando eu estava na livraria foi que resolvi ler sobre o que ele se tratava. Logo quando peguei na capa notei que o material é diferente dos que eu estou acostumada. Me fez sentir vontade de alisá-la.
Vamos descobrir como se escreve Cartas de Amor aos Mortos?



Sinopse:

Prestes a começar o ensino médio, Laurel decide mudar de escola para não ter que encarar as pessoas comentando sobre a morte de sua irmã mais velha, May. A rotina no novo colégio não está fácil, e, para completar, a professora de inglês passa uma tarefa nada usual: escrever uma carta para alguém que já morreu. Laurel começa a escrever em seu caderno várias mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Elizabeth Bishop… sem nunca entregá-las à professora.
Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky.
Mas Laurel não pode escapar de seu passado. Só quando ela escrever a verdade sobre o que se passou com ela e com a irmã é que poderá aceitar o que aconteceu e perdoar May e a si mesma. E só quando enxergar a irmã como realmente era - encantadora e incrível, mas imperfeita como qualquer um - é que poderá seguir em frente e descobrir seu próprio caminho.

{Resenha}

Laurel começou o ensino médio em uma escola diferente. Uma escola onde ninguém iria perguntar sobre os seus sentimentos, e nem teriam pena dela. A descolada, extrovertida, fascinante e perfeita May - sua irmã - havia morrido. E ninguém iria conseguir preencher o lugar que sua irmã havia ocupado. A primeira tarefa de casa de inglês que ela recebe é escrever uma carta para alguém que já tivesse falecido. E a primeira pessoa a quem Laurel escreve é para Kurt Cobain. Ela não conseguiu entregar a carta para a sua professora, e como uma maneira de poder conversar sobre a sua irmã e sobre tudo o que acontecia ao seu redor, Laurel passa a escrever cartas contando os seus dias para diferentes ídolos de sua vida que já haviam morrido. (Janis Joplin, Amy Winehouse, Elizabeth Bishop).


É estranho estar passando pela transição do ensino fundamental para o ensino médio sem a sua irmã. Enquanto os dias iam passando, as lembranças de May sempre vinham. O modo como ela parecia fazer com que essa transição fosse fácil. Como ela tinha uma espécie de magia que fazia tudo de ruim desaparecer, principalmente se os seus pais estivessem brigando. Logo no início, Laurel se sente deslocada. E, para conseguir se enturmar, ela começa a usar as roupas da irmã e a pensar de que modo a irmã agiria. Até que em um ato de coragem ela faz amizade com Hannah e com Natalie. Uma amizade que no início Laurel se forçava a tentar se encaixar, mas com o passar do tempo, ela começa a agir com naturalidade, e passa a ser aceita pelas amigas. E principalmente começa a se aceitar. Ela não é perfeita, nem as suas novas amigas, e isso faz com que elas formem um grupo perfeito.


As cartas sempre transitam pela vida no ensino médio de Laurel, mas todas elas têm uma forte ligação com a sua irmã, sua família. Seu pai, sempre antes brincalhão, depois da morte da irmã fica sem vontade de fazer as coisas. Parece que a alegria se evai, e ele não sabe como conversar mais com a sua própria filha. A sua mãe, resolveu fugir de tudo e foi embora para a Califórnia. Laurel começa a se sentir abandonada pela própria mãe, e a acreditar que sua mãe a culpava pela morte de May, afinal, ela estava presente na hora em que sua irmã morreu. Algo extremamente traumático para Laurel. Com o passar das cartas podemos perceber que ela realmente acha que tem culpa na morte da irmã. E vamos descobrindo o porquê desta culpa com o passar de suas cartas.


Ao decorrer de suas cartas Laurel vai se descobrindo. Antes a sua personalidade girava em torno de sua irmã. Mas depois ela vai se encontrando. Se desenvolvendo na verdadeira Laurel. E nessa descoberta ela se permite amar pela primeira verz, Sky. O garoto misterioso que ficava olhando para ela durante o horário de almoço. O único com que ela conversava sobre determinados assuntos, mas que ela não sabia nada sobre o passado.

Algo que realmente gostei do livro foi que a autora ela dá uma grande abertura para os outros personagens. Natalie, Hannah, Sky, seu pai e sua mãe e ainda sua tia. Ela consegue conectar as histórias e mostrar o desenvolver de todos eles. Eles começam de uma forma e terminam de outra. Eles se descobrem assim como Laurel. Todos mudam. Suas emoções estão na medida certa. Sem nenhum exagero. Ava Dellaira conseguiu escrever sobre os dramas e dúvidas de uma forma palpável. A perfeição de May, vista por Laurel, se deve ao fato de sua irmã sempre estar lá para protegê-la. A pessoa, o modelo de Laurel era May. E o amor que as duas irmãs sentiam uma pela outra é realmente muito tocante, verdadeiro. Todo o livro é escrito em forma de cartas, sem capítulos, nem nada do tipo. E não vemos somente uma Laurel perdida falando sobre a sua vida, pensamentos e sentimentos. Ela realmente conversa com os seus ídolos. Ela tenta entender pelo que eles passaram. Os sentimentos que eles sentiam enquanto estavam vivos, e antes de morrer. Sentimos as dores destes tão amados ídolos pela visão sensível de Laurel.

O que posso dizer mais sobre esse livro?

Brilhante.
"Descobri que, às vezes, momentos marcam nosso corpo. Eles estão ali, alojados sob a pele como sementes pintadas de surpresa, tristeza ou medo. E se você virar para um lado ou cair, uma delas pode se soltar. Pode se dissolver no sangue ou fazer surgir uma árvore inteira. Às vezes, quando uma se solta, todas começam a se soltar".

Olha só que legal!