Cedido para Resenha,

Resenhando: Quem, Eu? - Uma Avó. Um Neto. Uma Lição de vida.

16:23 Unknown 16 Comments

Bom, pessoal estou aqui para compartilhar com vocês um dos livros que mais me emocionaram no ano de 2014 - sim, a resenha está atrasada -, que pela primeira vez na vida me vi chorando dentro do ônibus. E, eu espero que ninguém tenha ficado preocupado comigo lá hahahaha tentei chorar discretamente. O livro que irei falar hoje nada mais é do que o amor de um neto eternizado em palavras. E foi cedido pela Editora Belas-Letras.

COMPARTILHAR A DOR NÃO É SOFRÊ-LA NO COLETIVO, É LIVRAR QUEM DELA SOFRE. Durante um ano, um neto largou tudo que tinha – o emprego, a carreira, os estudos – para se dedicar integralmente à avó, diagnosticada com Alzheimer. Convivendo com a divertida, bonachona e, claro, sempre esquecida vovó Nilva, o neto Fernando, um jovem aspirante a filósofo com um talento epistêmico para a comunicação, aprenderá uma lição de vida que doença nenhuma pode apagar. Uma história real que emocionou o Brasil e vai fazer o leitor rir e chorar, mas nunca mais se esquecer dela. Porque o amor não é uma lembrança; é uma regra da alma.

Sinopse:

COMPARTILHAR A DOR NÃO É SOFRÊ-LA NO COLETIVO, É LIVRAR QUEM DELA SOFRE. Durantratave um ano, um neto largou tudo que tinha – o emprego, a carreira, os estudos – para se dedicar integralmente à avó, diagnosticada com Alzheimer. Convivendo com a divertida, bonachona e, claro, sempre esquecida vovó Nilva, o neto Fernando, um jovem aspirante a filósofo com um talento epistêmico para a comunicação, aprenderá uma lição de vida que doença nenhuma pode apagar. Uma história real que emocionou o Brasil e vai fazer o leitor rir e chorar, mas nunca mais se esquecer dela. Porque o amor não é uma lembrança; é uma regra da alma.





{Resenha}

Logo no início somos introduzidos pelo autor sobre o que se trata o livro. Que o livro não se tratava meramente sobre uma doença que amedronta tantas pessoas e sim, sobre o amor de um jovem aspirante a filósofo - o Neto -, por uma senhora italiana de gênio forte - a Avó. A descoberta da doença, Alzheimer, foi em 2008. E Fernando fez o que muitas pessoas desconhecidas do assunto iriam fazer. Ele foi procurar na internet casos e algum tipo de auxílio. O que encontrou foi terrivelmente desanimador. E a maioria terminava dizendo que a família deveria abandonar o idoso. O que fez com que Fernando fizesse ao contrário. Ele trancou a faculdade e abriu mão da empresa que estava construindo. Era hora de retribuir o cuidado que recebera de sua avó quando mais novo.
"Mas, muito além disso, este livro fala da relação entre uma avó e um neto, uma amizade com base em um amor incondicional que, no final da vida, acaba por vencer todos os obstáculos, mesmo aqueles que vêm para devastar o que temos de melhor, as nossas lembranças".
Os capítulos seguintes irão falar sobre a vida da Vó Nilva. De sua infância interrompida por ter que ajudar com as despesas da casa, indo trabalhar aos treze anos em uma fábrica de tecelagem. E de sua ida para Porto Alegre, anos depois, onde conhecera o grande amor de sua vida. E a pessoa com quem tivera uma filha, mãe de Fernando. A dificuldade estava presente na vida de Nilva, porém, ela era uma mulher de gênio extremamente forte. Que conseguiu criar sozinha a sua filha, mas não se deixava abalar. Depois de alguns anos e com uma melhor situação financeira, ela se aposenta e passa a viajar e realmente curtir a vida - depois de tantos anos de trabalho -, com o grupo da terceira idade. Porém, ela iria largar tudo com a chegada de seu neto.
"Foi com esse grupo que ela passou a 'zoar com a galera', mas, mesmo assim, tomou a decisão de abandonar tudo e aceitar o novo período que a vida lhe oferecera: o de avó. Tenho muito orgulho em dizer que esse neto sou eu - ESSE CARA SOU EU! Em novembro de 1991, chego ao mundo com um temperamento quase tão irredutível quanto o de minha avó, com quem desde sempre tive uma afinidade gigantesca".
A partir deste momento eles estariam sempre juntos. Até mesmo quando a doença apareceu e tudo pareceu desmoronar.

{O que achei}

Essa é a parte que eu curto escrever bastante. É com ela que eu consigo me expressar mais. Como eu já disse antes, este livro me emocionou muito. A forma que Fernando escreve é realmente muito bacana. Ele nos conta de sua experiência, de sua fase de aceitação. Nos diz o que deveríamos fazer em determinado momento. E que a pessoa com Alzheimer ela não tem culpa do que está acontecendo. Ela irá precisar de toda a ajuda do mundo. E muitas vezes ela não irá entender o que está acontecendo. Ela irá se tornar novamente uma criança, que precisa de atenção e cuidado. Quando somos crianças recebemos todo o apoio de nossos pais, e depois, eles podem precisar de nossa ajuda. É uma forma de retribuir o carinho que recebemos.
Algo que ele diz que se deve levar em conta é que a pessoa com Alzheimer deve sentir que ainda pode fazer as coisas. Imagina só: Uma pessoa que estava acostumada com a independência agora precisa ter ajuda para muitas coisas! E isso termina se tornando frustrante. A pessoa que está cuidando da pessoa com Alzheimer deve ter paciência e deixar que ela tente fazer as coisas sozinhas. Mostrar que ela ainda - em alguns casos - pode ser independente.
Há a introdução de pequenos diálogos com a Vó Nilva entre um texto e outro. O que me fazia rir muito. E foi essa a tática que Fernando usou para tornar aquilo mais fácil para todos, principalmente a sua avó. O riso. Situações que poderiam ser embaraçosas se tornavam em comédia. Ele começou a postar sobre a sua avó no face e as pessoas começaram a simpatizar por Vó Nilva. Tanto é que ele criou uma página no facebook. E muitas pessoas passaram a acompanhar os dois. Dentro do livro também tem muitas e muitas e muitas fotos de toda a família de Fernando. Principalmente de sua avó.
"A vó acordou no escuro e sentou na cama, eu vi pela câmera da babá eletrônica e fui lá ver o que tinha acontecido. Quando cheguei no quarto sentei de leve em silêncio na cama ao lado dela para não agitá-la, quando...Vó: NÃÃÃÃÃÃ, CUIDADO!
EU: AI, MEU DEUS, O QUE EU FIZ?
Vó: OS GATOS, TU SENTASTES NOS GATINHOS?
EU: MEU DEUS, EU SENTEI NOS GATOS, MÃE, EU SENTEI NOS GATINHOS!
Vó: Ué, cadê eles?
Eu: Pera aí, vó. A GENTE NÃO TEM GATOS! DE QUE GATOS A SENHORA ESTÁ FALANDO?
Vó: CLARO QUE TEM, eles estavam dormindo aqui comigo!
Eu: BOA NOITE.
Vó: Ué.
Eu: Que susto, pelo amor de Deus, tem necessidade?"
"Estou na cozinha e a vó no quarto vendo TV, daí ouço uma notícia sobre um tiroteio nos EUA:Eu: Vó, o que passou ali na TV?
Vó: Quando?
Eu: Agora no noticiário!
Vó: Ah, tu vistes? Que horror!
Eu: Não, eu estava na cozinha, ouvi mais ou menos, o que houve?
Vó: Uma freira.
Eu: Oi?
Vó: É, uma freira bateu numa guria. Elas não podem brigar!
Eu: Tá brincando, né?
Vó: Claro que não pode, ela é freira, ora bolas.
Eu: EU SEI QUE FREIRAS NÃO PODEM BATER NAS PESSOAS, MAS NÃO FOI ESSA NOTÍCIA QUE DEU!
Vó: Foi sim.
Eu: Tenho QUASE certeza que ouvi falar sobre tiroteio nos Estados Unidos.
Vó: Tá ficando louco.
Eu: Vai ver que estou mesmo".
Este foi um livro que adorei conhecer. Cada parte dele é recheado de ensinamentos e amor. Em cada cantinho dele. Eu já sabia que iria me emocionar com a história. Como você iria lidar com a doença se fosse alguém da sua família? Eu realmente não sei o que faria se a minha avó estivesse com Alzheimer. É algo extremamente delicado, mas,que pude ver, pode ser levado com sutileza. Fernando disse que as famílias não saem com as pessoas com a doença, pois não há necessidade, já que ela irá esquecer disto depois de algum tempo. E, isso é errado. No livro ele conta de como era gratificante levar a avó para um passeio, de como ela ficava feliz, até mesmo quando ela esquecia. Ela continuava feliz, mas não sabia o motivo. Mas estava feliz.



Eu tive a chance de conhecer o autor no ano passado. Ele estava aqui em Recife e pela primeira vez eu iria ficar cara a cara com um autor. Fiquei extremamente sem saber o que fazer e falar. As pessoas estavam conversando e eu virei para o meu pai - sim, eu fui com o meu pai :D - e disse:
- Pai, as pessoas estão conversando! O que eu vou falar?
hahahahahahaha
Ai, ai.
Enfim, ocorreu que foi bastante tranquilo.
Fernando é uma pessoa extremamente do bem e eu terminei fazendo algumas perguntas. E depois, terminei voltando para fazer mais perguntas. Terminou que foi feita uma rodinha com algumas pessoas que estavam lá e ele contou de sua experiência e as outras pessoas também. Eu não tenho ninguém na família com Alzheimer, mas eu aprendi bastante.
Há vários graus da doença. Primeiramente é o esquecimento, mas, podem levar a perda da coordenação motora. Dependendo do estágio. 
E que já existe uma medicação que se a pessoa tomar logo no início os sintomas, ou a doença, irá demorar a se desenvolver. E pode até mesmo deixar o estágio da doença parado.
Entre outras coisas.

Bom, o post ficou extremamente gigante! Não pensava que iria ter tanta coisa para falar :o
Espero que tenham gostado e que coloquem este livro na estante de vocês. 
Vale muito a pena.

Olha só que legal!