Book Tour,
Resenhando: Eu Vejo Kate - A História de um Serial Killer
Estou participando de um book tour do livro Eu Vejo Kate. Fiz a inscrição, pois achei a história bastante interessante, assim como a capa.
Encontrei nas páginas deste livro uma pesquisa muito bem feita sobre os serial-killers. Uma escrita condizente com o tema. Então, já devem saber que o livro é pesado tanto na história quanto na escrita. A autora mesmo fala no início que resolveu escrever desta forma para mostrar como um serial-killer realmente é. Sem romances da mídia.
Sinopse:
Eu Vejo Kate - A jovem, porém deprimida e instável escritora Kate Dwyer mergulha numa investigação sobre um famoso assassino em série para produzir sua biografia póstuma. Ao revisitar os bárbaros homicídios conduzidos por um homem que aterrorizou sua cidade natal, Kate esbarra em segredos antigos e poderosos, que ameaçam não apenas sua sanidade, mas sua vida. Com a ajuda de um ex agente federal com mistérios próprios e métodos assustadores, ela luta para salvar-se, enquanto desconfia de todos ao seu redor.
Eu Vejo Kate é uma obra policial que oferece um insight brutal e verossímil sobre a mente de assassinos em série e as pessoas que dedicam suas vidas a compreendê-los. O livro abandona mitos hollywoodianos e não suaviza por um segundo a narrativa dos pensamentos violentos e sexuais que cercam a mente humana. Sua narrativa, contada do ponto de vista do próprio serial killer morto, da escritora, e do profiler, revela peças de um quebra cabeça que quando completo, assombrará o leitor por noites e mais noites
O livro é narrado por duas visões. Kate, a escritora que decide escrever uma biografia de Nathan. O próprio Nathan, um espectro dele, pois ele está morto - que no início a narrativa dele é a mais pesada de todas. E por Ryan, um agente aposentado do FBI.
Kate estava buscando escrever sobre algo novo. E pensou em escrever a biografia do serial killer, Nathan. Ele havia crescido em Blessfield que nem ela. Kate queria que o lançamento do livro se desse em comemoração da morte de um ano de Nathan O Esfaqueador das Damas de Blessfield. Queria escrever tudo, algo realmente substancial, sem esquecer de nada. Queria entender Nathan. Queria tentar de alguma forma compreender os motivos que o levou a fazer todas as atrocidades. Ela só não podia imaginar, que o seu desejo em se conectar com Nathan terminou por trazê-lo para a sua vida. Nathan a observava.
Nathan a cobiçava.
"Eu vejo Kate. Ela não me vê"
Para tentar escrever e desvendar Nathan, Kate, pesquisava sobre a sua vida, suas vítimas - chegando ao ponto de imprimir fotos de todas e pendurar em sua sala de estar - e fazia entrevistas com policiais. E nessas entrevistas ela conhece Ryan, um agente aposentado, mas que fora primordial para a captura de Nathan. Ele era um profiler - sabia desvendar as pessoas pelas suas atitudes - e conhecia a mente de Nathan como ninguém. Os motivos de sua precoce aposentadoria ainda era desconhecida para ele. No final da entrevista, os dois terminam por ceder a atração que sentiram um pelo outro.
Tudo começa a se complicar quando de uma hora para outra a editora que estava financiando Kate, não quer mais que o livro seja escrito. E mortes muito parecidas com o modo que Nathan matava começaram a aparecer. Será que Kate e o seu empenho por trazer o real Nathan para o seu livro, terminara por trazer para a sua vida toda a carga monstruosa de Nathan?
"Peço que me mantenha vivo, sabe? Pense em mim, às vezes, quando ouvir música clássica, Mussorgsky, Chopin, Beethoven. Pense em mim quando puder. Talvez eu possa ver você, também.”
Gente, quando comecei a ler o livro logo nas primeiras páginas eu parei um pouco e pensei: nossa, esse livro é pesado. Agora vou falar o porquê de achá-lo pesado. E em que parte eu achei ele pesado. Esse início quem narra é Nathan, e foi a primeira vez que leio um livro onde a mente do serial killer é tão perturbada. Os seus desejos e anseios são contados sem floreios. Achei isso um ponto positivo - não sei para quem não tem muito estômago para isso - achei positivo pelo fato de que serial killer não é uma pessoa que você vai querer encontrar na rua e bater um papo. É uma pessoa que você deve agradecer e muito por não cruzar com ela.
Como já disse a autora não escreveu amenizando nada, e nas cenas de sexo, a mesma coisa. O livro não é focado em sexo, vou logo falando.
Achei que a autora fez uma boa pesquisa para mostrar como é um serial killer, como os processos são feitos, e também o modo como era escrito o testemunho no livro. É um livro extremamente real, posso garantir isso. A parte mais leve do livro é o romance que se segue entre Kate e Ryan, que começa como atração, mas depois se transforma em amor.
Eu Vejo Kate, é um livro verdadeiro.
Recomendo para aqueles que curtem sair da zona de conforto de vez em quando ou para aquelas pessoas que curtem ler livros de suspense e sobre serial killers.